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Taric Andrade

Aprenda a Indentificar os Primeiros Sintomas de Autismo Infantil!

Paternity 9 min read

Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano, uma a cada 68 crianças nasce com autismo no mundo. O transtorno, que se manifesta logo nos primeiros anos de vida, é uma espécie de pane do desenvolvimento neurológico.

Há exames médicos que podem identificá-lo, mas é mais fácil perceber o quadro dentro de casa. Por isso, é fundamental que os pais conheçam os sinais iniciais de sua manifestação.

Neste post, pontuarei o que deve ser observado para identificar os primeiros sintomas de autismo infantil. Continue a leitura e confira!

Sintomas de Autismo Infantil

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) afeta o desenvolvimento e acaba comprometendo a capacidade da pessoa de lidar com o mundo que a cerca.
E é chamado de espectro por conta das suas variações, que acabam fazendo com que o transtorno se manifeste de forma diferente em cada um. No entanto, alguns sinais são mais frequentes e podem indicar a necessidade de uma avaliação.

Como ainda não desenvolveram suas capacidades cognitivas, é mais difícil saber se bebês muito pequenos têm ou não autismo. Por isso, o distúrbio pode ser identificado pelos pais principalmente na linguagem corporal dos filhos.

Ainda assim, alguns sintomas podem já surgir na primeira infância, como no caso de bebês inquietos, que não dormem a quantidade de horas esperada, choram muito ou só querem ficar no colo, independentemente de quem seja.

Nesse sentido, aliás, a criança autista geralmente não tem muita afeição. Por isso, vai ao colo de qualquer pessoa. Também é preciso observar quando dormem em posições estranhas ou preferem ficar sozinhas no berço em vez de ter contato com os pais (em especial com a mãe).

A PARTIR DOS 5 MESES

Os bebês sem autismo, a partir de cerca de 5 meses de vida, começam a apresentar sinais de curiosidade, alegria e prazer no contato físico com outras pessoas. Nas crianças autistas, porém, tais comportamentos são bem menos intensos e frequentes.

Nessa mesma época, os pequenos também começam a reconhecer o próprio nome, já atendendo ao “chamado” por meio de olhares ou risadas. Já os bebês com autismo costumam levar um tempo muito maior para interagir nesse tipo de situação.

Outro sinal que deve ser observado para identificar se o seu filho é autista é que, à medida que for crescendo, ele pode apresentar mais dificuldade para falar do que as demais crianças. E, quando aprende, costuma se chamar pela terceira pessoa (ele/ela) em vez de “eu”.

APÓS O PRIMEIRO ANO

Pela Classificação Internacional de Doenças e pelo Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais, a criança é considerada autista quando demonstra prejuízo das três áreas cognitivas: interação, comunicação e comportamento.

Os pediatras realizam uma série de exames, mas, se os sintomas ainda forem leves, os testes podem não acusar alterações significativas. Dessa forma, se torna essencial que os pais observem atentamente o comportamento dos filhos no dia a dia.
Quando completam 18 meses, é possível fazer um teste de triagem chamado M-CHAT, que conta com 23 questões sobre comportamento. Entre os principais itens, se avalia:

  • o interesse do pequeno em se relacionar com outras crianças;
  • se ele aponta para mostrar o que quer (um brinquedo, um copo d’água, etc.);
  • se leva esses objetos para o pai ou a mãe;
  • se tem o hábito de imitar os adultos ao seu redor;
  • a forma como responde ao ser chamado pelo nome (com o olhar, que seja).

APÓS OS 2 ANOS DE IDADE OU MAIS

Alguns sintomas são bem característicos da criança com autismo, mas é necessário que eles apareçam com certa frequência para que a patologia possa ser considerada pelo especialista. Veja, abaixo, quais são eles:

1. Dificuldade de Interagir Socialmente

Uma característica que pode ser bem marcante é que as crianças com autismo, nessa idade, não se deixam ser abraçadas por não gostarem de receber carinho ou qualquer demonstração de afeto.

Ela passará quase todo o tempo brincando sozinha, ainda que esteja rodeada de diversas outras crianças. Como não consegue realizar essa interação e se relacionar com pessoas da sua idade, o isolamento acaba acontecendo.

Não olhar nos olhos de alguém, dar gargalhadas em momentos que não são apropriados (como batizados e casamentos) e brincar sempre com os mesmos brinquedos são outros traços presentes.

2. Alterações Comportamentais

Crianças autistas parecem muito corajosas e não possuem nenhum temor de situações que representam perigo para a maioria das pessoas, como, por exemplo, atravessar a rua sem olhar o trânsito. Outros sinais são:

  • ficar com o olhar “perdido no tempo”;
  • brincar com partes dos brinquedos;
  • não demonstrar que sente dor;
  • aparentar gostar de se machucar e de machucar outras pessoas de forma proposital;
  • ficar muito agitada quando precisa se adaptar a uma nova rotina.

3. Dificuldade para se Comunicar

É muito comum que crianças autistas fiquem caladas a maior parte do tempo. Elas sabem falar, mas preferem não se expressar, ainda que sejam questionadas sobre algum assunto. Outras características desse aspecto são:

  • as expressões faciais são sempre as mesmas;
  • ao se sentirem desconfortáveis, olham com o canto do olho;
  • não atendem, mesmo sendo chamadas pelo nome;
  • referem-se a elas mesmas como “você”.

COMPORTAMENTO NAS BRINCADEIRAS

Nas brincadeiras, de forma geral, a criança autista também não se comporta da forma como os adultos esperam.

Como não ficam muito confortáveis com o contato físico, não respondem bem a brincadeiras de colo, como o “cavalinho”, nem gostam de imitar (fazendo caretas, por exemplo). Também evitam a interação com outras crianças e fogem de atividades em grupo como “esconde-esconde”.

Quando estão sozinhos, os pequenos autistas não sabem usar brinquedos simples, como carros ou peças de montar. E também não entendem situações de “faz de conta”, como falar ao telefone ou dar comida para uma boneca, por exemplo.

Além disso, têm uma propensão ao isolamento e a criar as próprias distrações, com alguns comportamentos que podem até ser considerados “estranhos” aos olhos das outras crianças.

Assim, a reclusão é bastante frequente, o que pode, ainda, interferir na escola e nas relações sociais de forma geral.

ATIVIDADES DO DIA A DIA

Mesmo em momentos não sociais, como a hora de dormir, as crianças autistas também apresentam comportamentos diferentes.

Se o seu filho já é metódico desde cedo e gosta de seguir rituais antes de comer e dormir, ou de realizar atividades muito repetitivas, isso pode ser um indicativo de autismo.
Outros sintomas comuns são a falta da necessidade de chamar a atenção dos pais (preferem se virar sozinhas) e atitudes agressivas com outras pessoas e até com ela mesma.

INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA

Ao descobrirem o autismo em seus filhos, muitos pais acabam isolando-os. Contudo, privá-los do contato com os outros não é a melhor solução, já que ele é necessário para que consigam conviver em sociedade de forma independente quando estiverem mais velhos.

Dentro das escolas, também há certa dificuldade de acolhimento desses alunos — que de modo algum devem ter seu empenho comparado ao dos demais.
É comum que a criança autista não consiga realizar as mesmas atividades junto aos colegas, ou que as faça de forma diferente. O importante é desenvolver suas habilidades sociais e cognitivas.

A política inclusiva é clara: a escola deve se adaptar ao aluno, e não o contrário. Ocorre que ela ainda é muito recente, portanto nem todos os espaços educacionais conseguiram se adaptar.

Por vezes, são usadas medidas facilitadoras, como professoras de reforço, cuidadores e salas de aceleração.

Embora tais iniciativas ajudem os alunos a permanecer no ensino regular, a solução ideal seria a capacitação dos docentes, para que pudessem elaborar atividades pedagógicas direcionadas também essas crianças.

Diante disso, alguns pais acabam optando pelas instituições de ensino especializadas, que prometem proporcionar o suporte adequado. De fato, elas são muito importantes, mas acabam impedindo o aluno de estar em um meio social com a diversidade e a cultura escolar.

Por isso, a questão da inclusão em escolas regulares ainda é bastante debatida e deve ser bem avaliada pela família.

O essencial é que todos — pais, professores e profissionais do ambiente escolar — estejam envolvidos, para que haja a melhor integração possível e o aluno consiga desfrutar completamente desse espaço.

TRATAMENTO

Se o seu filho apresenta alguns dos sintomas de autismo, leve-o ao médico. Quanto mais cedo é diagnosticado o transtorno, mais fácil a criança pode retomar seu curso normal de desenvolvimento.

Contudo, lembre-se de que o autismo pode se apresentar de formas distintas em cada criança, de modo que uma nunca tem exatamente o mesmo transtorno que a outra. E a síndrome de Asperger é uma dessas variações.

Nela, há o interesse restrito por objetos ou atividades e problemas de socialização, mas inteligência e memória notáveis. Ainda assim, essa costuma ser a mais branda apresentação do transtorno.

Embora não haja uma cura — e nem se saiba como é causado — o autismo já tem um tratamento voltado para desenvolver certos aspectos da criança, de modo que ela se torne cada vez mais independente.

Grande parte dessa intervenção envolve a família, que deve identificar os sintomas e sempre mostrar aos filhos que eles são capazes de superar suas dificuldades, além de estimular seus pontos fortes e lidar com as situações que podem ocorrer no dia a dia.

MUSICOTERAPIA

A presença da música no tratamento do autismo é fundamental para que ele consiga se relacionar melhor com o mundo ao redor. As melodias conseguem mexer com as emoções, tornando mais provável que elas aflorem e aumentando a vontade de se expressar do autista.

Há também outros benefícios da musicoterapia, como:

  • redução de movimentos estereotipados;
  • melhora da organização do pensamento;
  • redução da hiperatividade;
  • aumento da criatividade;

Todos esses benefícios costumam ser conquistados num tratamento de longo prazo, porém é possível perceber mudanças positivas já nas primeiras sessões.

ANÁLISE APLICADA DO COMPORTAMENTO (ABA)

Tem como foco a produção de intervenções que sejam de relevância social. Trata-se de um campo da psicologia que vem sendo aplicado para compreender alguns desvios de comportamento e, por isso, é bastante utilizado no tratamento do autismo.

A ABA permite uma análise completa, não olhando o indivíduo de forma isolada, mas como parte de um todo, e fazendo uma associação entre o ambiente, a aprendizagem e o comportamento humano.

Ela deve ser feita especificamente para cada criança, afinal cada uma delas apresenta um comportamento diferente, que precisa ser analisado e melhorado. Assim, diversos fatores pessoais são levados em consideração, como, por exemplo, o ambiente no qual se vive.

Agora que você já sabe como identificar os primeiros sintomas de autismo infantil, aproveite para compartilhar este artigo nas redes sociais e nos ajude a divulgar essas informações!

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